Marinheiros em revolta durante a Revolta da Chibata.
A Revolta da Chibata foi um movimento de cunho social realizado pelos marinheiros brasileiros em 1910, no Rio de Janeiro.
Após as punições físicas terem sido abolidas pela Marinha após a Proclamação da República, tal espécie de castigo voltou a ser utilizada logo no ano seguinte, em 1890. Quando castigados, os marinheiros eram submetidos ao açoitamento, sob os olhares de seus colegas, para que assim a punição fosse exemplo para todos.
O uso de castigo físico semelhante ao empregado nos tempos da escravidão (25 chibatadas, em média) gerava revolta. O ápice dessa indignação ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues, por ferir seu companheiro dentro de um navio com uma navalha, foi condenado a 250 chibatadas, punição dez vezes maior do que o normal.
Os marinheiros se revoltaram e, sob a liderança de João Cândido (o Almirante Negro), mataram o comandante do navio em que se encontravam e assumiram o controle do mesmo. Após terem chegado à Baia da Guanabara, acabaram conseguindo o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo, fato que deu significativa força ao movimento. Sob a ameaça de bombardear o Rio de Janeiro, os revoltosos exigiam melhores condições de vida e trabalho.
O presidente da época, Hermes da Fonseca, logo tentou contornar a situação, aparentemente cedendo às reivindicações. Entretanto, após a situação ter se acalmado, o mesmo acabou expulsando muitos dos envolvidos com a revolta da Marinha. Tal fato provocou uma nova mobilização dos marinheiros, que resolveram atacar a Ilha das Cobras. Contudo, tal ataque foi violentamente reprimido pelas forças federais. Após o ocorrido, muitos revoltosos foram presos em calabouços na mesma ilha, enquanto outros foram condenados ao trabalho forçado na Amazônia.