O governo Hermes da Fonseca ficou marcado pelas instabilidades e crises políticas.
Apoiado pelos oligarcas mineiros e gaúchos, o marechal Hermes Rodrigues da Fonseca assumiu a presidência em 1910, após uma vitória apertada sobre seu adversário, Rui Barbosa, apoiado pelos paulistas e baianos. Tal fato, inclusive, marcou uma primeira ruptura ao arranjo político conhecido como “café-com-leite”. Hermes da Fonseca manteve as políticas de valorização do café e obteve uma nova renegociação da dívida externa brasileira. Contudo, pode-se dizer que instabilidades e crises políticas foram os elementos que mais marcaram seu governo.
O gaúcho inaugurou o que chamamos de Política das Salvações. Tratava-se de intervenções políticas nos Estados e de substituições de seus governadores, ações justificadas pela tentativa de combater a corrupção. No entanto, o claro objetivo do governo Hermes da Fonseca era derrubar as oligarquias adversárias e fortalecer seus aliados políticos.
Desta forma, por violar a autonomia dos Estados e ir contra os fundamentos republicanos, várias revoltas foram geradas. A medida impositiva de Hermes da Fonseca sofreu oposição no Rio Grande do Sul, Paraíba, Piauí e no Ceará.
Além disso, outros conflitos de cunho militar e popular foram desencadeados. Um deles foi a Revolta da Chibata, expressiva rebelião dos marinheiros contra as condições de trabalho nas embarcações e os castigos físicos a que eram submetidos. Outro conflito que merece destaque é a Guerra do Contestado, movimento eclodido no sul do Brasil que derivou da insatisfação popular, algo semelhante ao que havia ocorrido anteriormente na Guerra de Canudos.
Durante o fim do governo Hermes da Fonseca, vemos uma importante reaproximação das oligarquias paulista e mineira, deixando para trás as dissidências da última disputa eleitoral e emplacando novamente um candidato em comum: Wenceslau Braz, o qual venceu a disputa e assumiu a presidência em 1918.
Política Café-com-Leite – Revolta da Chibata – Governo Wenceslau Braz