Guerra dos Mascates: Recife no século XVII.
A guerra dos mascates teve como contexto a expulsão dos holandeses da capitania de Pernambuco em 1654, a qual gerou significativas mudanças socioeconômicas na região. Com a crise do açúcar brasileiro provocada pela nova concorrência do produto obtido nas Antilhas, os grandes produtores começaram a sentir o gosto amargo da falta dos investimentos holandeses.
Mesmo assim, concentrados na cidade de Olinda (sede do poder político), esses latifundiários continuavam a exercer grande influência sobre as decisões administrativas. Por outro lado, surgia em Recife uma nova onda de desenvolvimento, gerada pela atividade comercial dos portugueses, os chamados “mascates”.
Contrastando com a decadência econômica de Olinda, Recife crescia sob os investimentos de infraestrutura feitos pelos holandeses, se tornando o principal polo econômico da capitania. A rivalidade entre Olinda (poder político) e Recife (poder econômico) se iniciou quando os fazendeiros de Olinda começaram a pedir empréstimos para os comerciantes recifenses e não foram capazes de pagar.
Além disso, na tentativa de se reestruturar, a câmara de Olinda aumentou consideravelmente os impostos sobre Recife. Tal realidade fez com que os recifenses tenham elevado seu povoado à categoria de vila em 1703, obtendo com isso sua própria câmara municipal autônoma. Tal fato foi decisivo para o início do conflito propriamente dito.
A guerra dos mascates se findou em 1710, com a intervenção da Coroa e a nomeação de Félix José de Mendonça como governante da região. Embora o mesmo tenha adotado medidas diplomáticas, como a transferência da administração política para cada uma das cidades a cada seis meses, Félix José apoiou Recife em sua luta pela autonomia de Olinda. Em outras palavras, os mascates saíram vencedores.
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