Revolução Inglesa

Revolução Inglesa
Representação da vitória das tropas do Parlamento durante a Revolução Inglesa.

Durante o século XVII, a Inglaterra vivia um período de grande crescimento econômico. Sob o domínio da dinastia Tudor, o país passou a exportar seus produtos para todos os cantos da Europa e as propriedades rurais ganharam grande importância, uma vez que as matéria-prima se tornou algo essencial. Em virtude disso, os grandes proprietários de terra começaram a realizar a prática do cercamento, a qual consistia na delimitação das terras para a criação de ovelhas (algo que se mostrava muito mais lucrativo) e na expulsão dos camponeses das propriedades.

Desta forma, inúmeros camponeses se viram obrigados a tentar viver nas cidades, tendo de se sujeitar a péssimas condições de vida e trabalho. Nessa época a Inglaterra viveu um momento de desenvolvimento bastante contraditório, baseado na exclusão social de grande parte de sua população. Além disso, a própria burguesia estava insatisfeita com o poder absoluto nas mãos do rei, uma vez que isso poderia ser um obstáculo à expansão de seus negócios. Na verdade, o que os grandes comerciantes queriam era ter um poder político correspondente ao seu poder econômico.

A necessidade de aumentar os impostos foi a questão central do desentendimento entre os reis Jaime I e seu filho, Carlos I, com o Parlamento. Por muitas vezes, Carlos I autoritariamente mandou dissolvê-lo. Outro fator que causou o que chamamos de Revolução Inglesa foi a tentativa idealizada por Carlos I de imposição do anglicanismo a todos os cidadãos ingleses, escoceses e irlandeses, fato que desagradou grandemente os puritanos e presbiterianos que habitavam a região.

Revolução Inglesa
Oliver Cromwell

Todas estas questões causaram a insatisfação de grande parte do povo, da burguesia e do Parlamento para com o rei e seus poderes absolutos, resultando em um conflito armado. A guerra civil propriamente dita se estendeu de 1642 a 1649. Embora as tropas ligadas ao Parlamento (conhecidas como “Cabeças Redondas”) tenham sofrido muitas derrotas no começo das batalhas, se recuperaram posteriormente graças à liderança de Oliver Cromwell. Por fim, venceram as tropas de Carlos I, o prenderam e o executaram.

Entre os anos de 1649 e 1658, a Inglaterra foi dirigida por Cromwell, líder que soube conter diversas resistências contra seu reinado e impulsionar ainda mais o desenvolvimento econômico inglês. O mesmo aprovou o Ato de Navegação, no qual estabelecia que todos os produtos ingleses deveriam ser comercializados somente por meio de navios também ingleses, o que transformou a Inglaterra na maior potência naval da época.

Entretanto, o filho e sucessor de Cromwell, Richard, não tinha a mesma habilidade de seu pai e acabou renunciando ao cargo. Assim, os adversários da república conseguiram restabelecer a monarquia e proclamar Carlos II, da família Stuart, como rei. Esta nova imposição da monarquia ficou conhecida como Restauração.

Carlos II e seu irmão Jaime II eram católicos, algo que não agradava a burguesia. Assim, a sociedade inglesa sentia que era necessário derrubar a monarquia mais uma vez. A solução encontrada foi um Golpe de Estado, no qual o Parlamento permitiu que o príncipe holandês Guilherme de Orange destituísse Jaime II e se tornasse rei mediante diversas condições. Guilherme de Orange foi obrigado a jurar a Declaração de Direitos (Bill of Rights), documento no qual cedia amplos poderes ao Parlamento.

Após a Revolução Inglesa, a Inglaterra passou a ter um governo parlamentarista, no qual todas as decisões são tomadas pelo Parlamento (o rei reina, mas não governa) e a burguesia saiu ainda mais forte após o episódio.

Saiba mais: Revolução Francesa

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