História do Saci

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O saci, também conhecido como saci-pererê, é sem dúvidas um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Segundo a lenda da história do Saci, este é um garoto de baixa estatura, negro e que possui uma perna só, razão pela qual se locomove pulando por toda a floresta. Outra característica famosa é seu gorro vermelho, que lhe dá poderes mágicos.

Poderes e Travessuras do Saci

Considerado uma figura brincalhona, que se diverte com os animais e pessoas, a lenda conta que o Saci gosta de fazer pequenas travessuras e assustar viajantes noturnos com seus assovios. A lista de travessuras do Saci é longa: fazer tranças nos cabelos dos cavalos, atrapalhar as cozinheiras para que elas deixem a comida queimar ou ainda colocando sal nos recipientes de açúcar ou vice-versa.

O saci possui o poder de fazer desaparecer objetos e por onde passa gera um redemoinho. Segundo a lenda, no momento desses redemoinhos é possível captura o Saci jogando uma peneira dentro da ventania. Após isso, basta tirar seu gorro e colocá-lo dentro de uma garrafa. Sobre essa parte da história do Saci, vemos algo semelhante na mitologia romana, mais especificamente na obra Satíricon, do prosador romano Petrônio, a qual aborda a crença de que o píleo (carapuça) do íncubo (espécie de demônio) daria riqueza a quem o tomasse.

A história do Saci

Acredita-se que a história do Saci tenha se iniciado no final do século XVIII ou começo do século XIX, mais especificamente na região Sul do Brasil, porém a lenda sofreu diversas influências. Inicialmente, o Saci era retratado como um menino negro e endiabrado, que possuía duas pernas e um rabo.

saci de monteiro lobatoNo entanto, a partir da influência das culturas indígena e africana, o personagem ganhou o hábito de fumar. Além disso, por meio da influência africana, ele acabou ganhando a figura de um garoto de uma perna só, pois segundo a história este acabou perdendo sua perna em uma luta de capoeira.

Já em relação ao gorro vermelho, vemos claramente a influência europeia, mais especificamente do folclore do norte de Portugal, na figura do Trasgo, um ser encantado de baixa estatura, que usava gorro vermelho e possuía poderes sobrenaturais.

O Saci e Monteiro Lobato

O primeiro escritor a se interessar na representação do saci foi Monteiro Lobato, que acabou realizando uma pesquisa entre os leitores do jornal O Estado de S. Paulo. Lobato obteve diversos relatos dos leitores que narravam suas próprias versões da lenda, no ano de 1917. Tal empreitada resultou na publicação da obra “O Saci-Pererê: resultado de um inquérito”, primeiro livro do escritor, em 1918. Já em 1921, este adaptou a lenda para o público infantil ao publicar “O saci”, livro que faz parte da coleção do Sítio do Pica-Pau-Amarelo.