Guerra dos Trinta Anos

Guerra dos Trinta AnosRetratação da morte do rei sueco Gustavo Adolfo durante a Guerra dos Trinta Anos.

Ocorrida entre 1618 e 1648, a Guerra dos Trinta Anos foi uma série de conflitos e disputas territoriais entre muitos países da Europa, as quais tiveram como pano de fundo a rivalidade entre católicos e protestantes. A principal causa da guerra foi a aliança entre a Igreja Católica e o Sacro Império Romano-Germânico (instrumento político da dinastia Habsburgo), além de suas iniciativas no sentido de impor a fé católica e combater violentamente o protestantismo em toda a Alemanha.

De fato, os protestantes constituíam a maior parte da população e logicamente não aceitavam tal imposição. Para combater a intolerância religiosa imperial, em 1608 criaram a União Evangélica, uma espécie de aliança política entre os estados protestantes alemães. Porém um ano mais tarde os católicos logo reagiram e também fundaram sua própria aliança, a Liga Católica. Naquele momento parecia que o confronto militar entre os dois lados era apenas uma questão de tempo.

O início da guerra

O estopim da Guerra dos Trinta Anos se deu em 23 de maio de 1618, quando membros da União Evangélica atiraram 3 defensores do rei católico Fernando 2º pela janela do segundo andar do palácio real, episódio conhecido como a “Defenestração de Praga”. Nos anos iniciais as tropas protestantes conseguiram importantes vitórias sobre os católicos. A própria cidade austríaca de Viena, centro do poder Habsburgo, foi sitiada pelas tropas da União Evangélica em 1619. Entretanto, divergências internas acabaram enfraquecendo o lado protestante, que posteriormente acabou sofrendo uma série de derrotas.

A internacionalização do conflito

No entanto, a disputa religiosa da Guerra dos Trinta Anos aos poucos foi se transformando em um grande jogo político com a internacionalização conflito, já que o poder cada vez maior dos Habsburgo representava uma grande ameaça aos interesses das outras nações europeias. Os dinamarqueses foram os primeiros a se juntarem aos protestantes, embora esta acabou se mostrando uma empreitada sem sucesso.

Na verdade, o fracasso dos dinamarqueses fortaleceu ainda mais o poder dos Habsburgo, aspecto que levou a França, maior potência militar da época, a negociar a entrada das tropas suecas no conflito. Embora tenham conseguido expressivas vitórias entre 1630 e 1632, o rei sueco Gustavo Adolfo acabou morrendo em batalha e suas tropas tiveram que se retirar da luta.

Diante disso, os franceses não viram outra alternativa a não ser entrar diretamente na guerra. Mesmo sendo uma nação majoritariamente católica, a França lutou ao lado dos protestantes, já que o objetivo primordial era conter o avanço dos Habsburgo e consolidar sua posição de potência europeia. Com um poderoso exército de mais de 100 mil homens e o apoio dos Países Baixos, os franceses finalmente venceram a Guerra dos Trinta Anos e impuseram sua vontade por meio da assinatura do Tratado de Vestfália.

Consequências da Guerra dos Trinta Anos

As principais consequências desse longo período de conflitos foram a consolidação da França como o poder terrestre dominante e o início de sua hegemonia na Europa, a independência de nações com a Suíça e a Holanda, além da diminuição do poder da Igreja sobre as monarquias europeias em geral.