Ciclo da Borracha

ciclo da borracha
O ciclo da borracha resultou em uma onda de prosperidade no Norte do Brasil.

A obtenção da borracha por meio da simples coagulação do látex das seringueiras já era um método eficiente, porém com a inevitável mistura de outros elementos presentes no ar, o produto final costumava apresentar uma qualidade muito ruim. De fato,  o problema foi resolvido na segunda metade do século XIX pelo cientista Charles Goodyear e a criação da vulcanização, processo capaz de eliminar todas essas propriedades indesejáveis. Tal descoberta foi fundamental para o posterior boom da borracha, pois passou a ser possível empregá-la em diferentes situações.

Neste período, com o constante crescimento da indústria automobilística ocasionado pela Revolução Industrial, a demanda por borracha cresceu de modo exponencial. A região amazônica, uma das maiores produtoras de látex do mundo, acabou se transformando na grande exportadora do produto.

A extração do látex se tornou uma atividade extremamente lucrativa, uma vez que o preço da borracha se elevava com as altas demandas das indústrias europeia e norte-americana. O Ciclo da Borracha fez com que muitos trabalhadores, principalmente nordestinos, fossem atraídos para a região, até então, pouco povoada.

teatro amazonas
Teatro Amazonas, em Manaus, imponente obra construída no auge do Ciclo da Borracha.

As riquezas da borracha também trouxeram benefícios às cidades do Norte brasileiro. Inúmeras obras de infraestrutura, como a construção de estradas, pontes, casas e escolas foram realizadas. Não podemos deixar de citar as grandes obras arquitetônicas desta época, como o Teatro Amazonas, em Manaus, e o Teatro da Paz, em Belém, dois luxuosos e imponentes edifícios construídos sob inspiração da arquitetura europeia.

O monopólio da borracha brasileira durou até 1910, quando holandeses e ingleses iniciaram a plantação de seringais na Ásia e passaram a ofertar o produto com preços mais competitivos. Desta forma, a partir de 1920, o Norte do Brasil passou a viver uma verdadeira estagnação econômica. Muitas cidades que se tornaram prósperas durante o Ciclo da Borracha simplesmente se esvaziaram de uma hora para outra.

Muitos historiadores atribuem grande parcela da culpa pelo fim da supremacia da borracha brasileira ao governo imperial, uma vez que este não criou nenhuma forma de proteção à atividade e se submeteu facilmente aos interesses dos importadores estrangeiros.

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radasa
radasa
25 de outubro de 2018 09:59

obrigada, usei para fazer um trabalho e tirei 10!